segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Ato (1)

Inglaterra, 20:00 pm
-O que eu sou pra você?-perguntei tentando conter o ódio em meus olhos. Ele me tratava como se fosse um animal de circo. Talvez eu me comportasse como tal, mas não me submeteria àquela situação novamente.
-Minha menina, você é minha preciosidade, e sabe que se for embora não terá nada, e nunca mais poderá ver seus pais. -Seu tom era irônico e ele dava voltas enquanto suas palavras repugnantes ecoavam em minha cabeça.
-Não é justo. Não me sinto bem, sinto calafrios é como se estivesse com febre.
-O que é justo nessa vida?O importante no seu caso é saber obedecer. Com esse seu Dom, com toda certeza logo estaremos ricos, e assim poderemos ir até sua família, mas se não colaborar sabe o que Will irá fazer?Acho melhor não comentar. E quanto ao frio vai passar.
-Eu não quero continuar. Quero ir pra casa.
-Olha aqui menina,você vai continuar até eu dizer que acabou,mas enquanto eu não digo, vá até lá e faça a sua parte.Se ainda quer ver seus pais vivos.
Eu não queria, pra mim já estava passando do limite, me odiava cada dia mais por ter nascido com esse dom, não escolhi ser assim. E por que todos vinham me ver. Por que admiravam, me sentia uma aberração.
Então caminhei chocada até a cortina vermelha, que me separava de toda a platéia, eu já podia ouvir o barulho da multidão, os refletores estava a me iluminar, e meus punhos cerraram, o ódio pulsava em minhas veias.
-Eles clamavam pela aberração, pediam cada vez por mais.
Quando minha imagem apareceu naquele palco, um turbilhão de vozes invadiram o local e pediam por mais.
Eu tremia por dentro não conseguia me conter....Nesse momento o que era matéria,transformou-se em água e uma grande poça formou-se.Todos iam ao delírio,então da água formou-se o gelo.Comecei a levitar,e nas palma de minhas mãos,bolas de neve se formavam.Sentia minha pele tremer,enquanto um jato era atirado para o céu.
E já não era a Cléo, outra estava ali, alguém que parecia dormir dentro de mim, e que agora havia acordado e precisa aparecer, precisava explodir em algum momento.
Garota de gelo, era assim que me chamavam,era assim que me aplaudiam, minha identidade nova, era codificado na boca de quem contemplava o que eu era capaz de fazer.
Não podia continuar, estava entre escolher meus pais vivos, ou entre salvar a minha vida. Sabia que em algum momento eles iriam me buscar, e iriam me prender, como um animal que a qualquer momento poderia atacar alguém.
 Depois do grande show,entrei novamente pelas cortinas,as lagrimas brotavam espontaneamente,era inevitável tentar enxugá-las,consegui ouvir Tim conversando com um homem alto.Escondi-me e fiquei a escutar.
-E para onde iremos agora?-Perguntava o homem.
-Ainda não resolvi, mas já estamos de malas prontas.

Continua...

Um comentário:

Sarah Baptista disse...

ouuuuun, que sauuuudade do seu blog vick, continuuuuuuuuuaaaaaaa :a
continua com a criatividade de sempre, incrível, sensacional !
bjsss