quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Noite no farol(2)

Saímos do carro, e a imensa lua cheia parecia inclinar-se para nos, seu dourado era radiante, afundamos o pé na areia seguindo um caminho detalhado por pequenas conchas. O vento era gelado, mas continuávamos a correr de mãos dadas.
Por pequenos intervalos observamos apenas o sorriso um do outro. E o vento trazia sua voz ao vento. Pegadas ficavam para traz, e podia ver as ondas indo e vindo.
O farol agora estava próximo e subíamos os inúmeros degraus. Podíamos ouvir o ofegar da respiração, o vento e o vai vem das ondas. As paredes assim como o chão estavam desgastadas, penso que por causa da maresia. A mão de Liam continuava contra a minha. E seu olhar era mais profundo, parecia guardar um segredo, parecia querer me contar alguma coisa. Chegamos ao topo, e a vista era deslumbrante. Conseguia observar a respiração acelerada por baixo da blusa de Liam.Ele mordeu os lábios em um movimento rápido,e depois passou a mão pelos cabelos,oferecendo-me mais uma vez seu sorriso incrivelmente delirante.Meu vestido bailava com o vendo e por muitas vezes eu tive que segura-lo.O silencio me assustava um pouco,porem conseguia decifrar seu olhar e acredito que ele sabia o que eu realmente queria.
-Tess!-Em fim, Liam cortou o silencio aproximando ainda mais.
-Liam!
-Sabe o que eu descobri?-Agora ele segurava a barra de ferro que protegia o farol e olhou rapidamente a deslumbrante lua. Voltando-se para mim. –Sou outra pessoa desde que te conheci. Digo isso, por que diferente de alguns meses esse verão significou muito pra mim. E eu sei que fui um idiota, me metendo com pessoas erradas e querendo aparecer. Mas você me mostrou que existe muito, mas valores em pequenos detalhes.
-Ah Liam...
-Espere deixe eu terminar.Te trouxe até aqui por que,não quero que esse seja nosso ultimo fim de semana juntos.Eu sei que você terá que continuar sua vida,e que suas malas já estão prontas,e que segunda você entrará naquele avião,e estará a muitos quilômetros de distancia.E...
Liam havia parado para respirar, tentava engolir o choro, estava tremulo como eu nunca havia visto. A lembrança que tenho de três semanas a trás era de um cara arrogante, que não ligava a mínima pra nada, mas que no instante em que cruzamos o olhar não sei explicar mais alguma coisa surgiu. E aos poucos, num passeio na praia, em volta da fogueira ele foi mostrando que era muito mais que aquele completo idiota. A dor também martelava em meu coração, como eu o deixaria?Como eu esqueceria aquelas três semanas?

3 comentários:

Rodrigo Cavaleiro disse...

E não seria o momento especial, justamente por ser limitado?

Nos meus conceitos [bobos ou de interpretação masculina][redundância]... tenho guardado que a ideia que se faz de algo prolongado impede a vivência das possibilidades e da experiência.

Todos vamos sobreviver... longe ou perto. Deveria ser unânime que é melhor viver com algo para recordar do que não viver.

Sarah Lisboa disse...

continua lindo! (:

Silviaáh B. Ѽ disse...

Own, não vaii embora!
Fica com ele!rs
Quero mais ;D